quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Segunda-Feira

É manhã.
O rádio toca sem parar.
Mas este som, o que é de fato?
O dia começa com o barulho do trânsito
em conjunto com um mix de pressa e rotina.
Neste mar ruidoso, forço-me a escutar
teus gritos vazios ressoantes...
Onde estas?
Na obra ao lado?
No gemido da britadeira?
Na casa do vizinho tomando café?
No carro que passa instantes
antes do farol fechar?
Não sei.
As vezes te sinto aqui, agora,
deitada em meu peito, enquanto,
com segurança, te faço dormir.
Onde estas?
É manhã.
O rádio toca e então acordo.
O dia começa.

domingo, 12 de setembro de 2010

Monólogo.

E o silêncio me abala.
Busco ampliar os sentidos buscando anular a audição.
E o silêncio me abala.
Mas, pergunto-me: Porque falar?
A inquietação volta-me para o silêncio,
E o silêncio me abala.
Mas, se o silêncio me abala, porque não consigo falar?
Porquê?

A saga.

A saga continua.
A ignição foi do choque de nossos olhares
Em uma outra alusão,
poderia falar de mar e areia,
céu e estrelas, mas esta é uma estória outra
brevemente, fixo meu olhar em tua pele alva e
toco em teu corpo quente e tudo recomeça.
Ora, porque?
Este vício incansável de sentir
o arrepio de teus pelos e tua respiração ofegante...
Ah, e tudo recomeça...
E a saga continua.

A Lei!

Eis o Sol...
constante e quente
que assola meu rosto
e não é suficiente
para mudar a rota
que assumira a algum tempo.
Outra rota...
Não aquela, onde apenas
a branda brisa batia
e era o bastante
para que nossos ossos,
confortáveis, ociosamente,
a espera de prazer.
Calor, prazeres, calor...
Era apenas isto que
teu corpo evidenciava
Calor, prazeres, amor,
Quem saberia...
Porém, o meio era difícil,
Com extremos eu sempre flertei
quente ou frio, nunca morno.
Até mesmo se, por resultado,
nada mais me aqueça.
Esta é a lei.