Bichos de estimação, você tem? Se eu for analisar, eu tenho uma familia de bichinhos muito grande. Vou escrever sobre meus Pets... Temos aqui em casa, a Natasha - uma gata siamesa - e a Chica, minha vira-lata.
A Natasha é quem lidera a familia, a mais velha. Gordíssima e quase desdentada, ela nos enlouquece com seus miados[gritos, melhor dizendo]. Como todo siamês é estrábico, ela não poderia fugir a regra. Sempre que ela está dengosa ela entra em um transe-vesgo-prazer-ronronar-lambelambe frenético que só quem já presenciou para entender. São 10 anos de vômitos e cocôs deixados em locais estratégicos para descontar a sua raiva em mim ou em minha mãe. A Natasha é foda, sem dúvida.
Um belo dia, ou melhor dizendo, em um dia dublado eu acordei e fui trabalhar - ainda trabalhava na farmácia. Chegando lá, alguns minutos depois percebi que havia um cachorrinho branco e magro, com aparência de filhote, deitado bem ao lado da porta da farmácia. Por alguns instantes, eu e Dona Maria, que trabalha ao lado, ficamos ali admirando aquele pequeno cachorro[tá bom, não era tão pequeno]. Batemos o pé no chão algumas vezes, com o intuito de o fazer sair dali, procurar algum lugar mais aconchegante ou com cobertura, afinal, a chuva estaria se formando no céu. O cão se levantou, rodou e farejou algumas vezes e por fim se deitou como se aquele fosse o seu lugar. Continuamos alí, olhando por mais alguns minutos, e fui fazer minhas obrigações, tal como a Dona Maria. Eu sempre voltava ao lado de fora da farmácia para olhar o cão, que estava lá, olhando de volta. Foi anoitecendo e o cão se levantou, ainda com medo, com o rabo entre as pernas, ficava ali, do lado de fora olhando fixamente para mim. Sai, atravessei a rua, e vi que o cão me seguiu, com medo. Bati o pé no chão mais algumas vezes, tentando fazer que com medo do 'barulho' ele fosse embora, mas nosso destino já estava traçado. De repente, chegou minha mãe e minha irmã Cynthia, começamos a conversar. O cão, que parecia entender que estavamos falando dele, estava ali olhando, sentado no canto. Então Cynthia decide ver o cão de perto e constata que era uma mocinha, era uma fêmea. Na mesma hora em que ficamos paparicando a recém descoberta fêmea com nomes como menininha, bonitinha, nenemzinha, chegou o rapaz que vende churrasquinho assado, no espetinho. Comprei pra todos nós, e a Cy, comprou dois para cachorra. Nossa, ela devorou em instantes, com uma energia que até poucos momentos parecia que não tinha, também não era para menos, o animal tinha fome e acabara de encontrar com muita facilidade um 'mini' banquete com a coisa mais deliciosa do mundo, carne. Já estavamos todos embabacados com o charme daquela fêmea e então minha mãe propõe:
'Vamos levar ela pra casa? O que você acha, Dan?'
No primeiro instante relutei, pensei que ela poderia ter qualquer tipo de doença, e que poderia infectar a nossa velha Natasha, mas logo em seguida disse:
'Que mal tem, é filhote mesmo.'
Concordei, e em segundos lá se foi minha mãe, Cynthia e o Cão, melhor dizendo, a Cadela para dentro do carro. Em alguns minutos minha mãe me ligou e disse que já havia comprado vários remédios para combater pulgas e carrapatos, sarna e qualquer outra doença que ela poderia ter, as vacinas e vitaminas, e claro, ração. Depois de algumas ligações pensamos no nome, e então decidi que seu nome seria CHICA!
Pronto! Chica chegou em casa desconfiada e fraca, nos primeiros três dias, ela só comeu uma vez e dormiu pelo resto do tempo, pensei que ela não resistiria e morreria, por alguma doença misteriosa. E os carrapatos? Ela tinha carrapatos, muitos, muitos mesmo, minhas irmãs tiraram mais de 120 da pele dela, coitada. A cada dia ela ia confiando mais em nós e ia se soltando, e claro, ia ficando cada vez mais forte.
Hoje ela é um cão e tanto, perto do que era. Chica é sensacional. É fácil de entender e de ver a gratidão que ela tem por nós. Aquele cão desconfiado e com medo, fraco e com fome, que não sabia comer ração - ela comia uma bolinha de cada vez, não existe mais. Hoje temos um cão, ou melhor dizendo, temos a Chica, que deixou de ser um cão de rua para entrar em uma familia.
Ela me faz rir muito com suas fungadas, quando ela fica reclamando ou fica mordendo a porta de tela. Hoje, por exemplo, acordei e fui dar bom dia a ela, que ontem foi presenteada com um 'novo' edredon em sua casinha. Ela saiu reclamando e já se jogou de barriga pra cima, pedindo carinho. Ri e respondi:
'Bom dia pra você também, amor.'
Acredito que ela ficará por aqui por muito tempo, sempre latindo e reclamando, fazendo companhia nos passeios de carro e mostrando o dente na porta de tela, pedindo para que eu saia para brincar com ela.
De qualquer forma, sou feliz por ter dois bichos doidos aqui em casa, e sem dúvida, não sei o que seria de nós sem essas criaturas.
Adote um animal. É uma escola de vida.