quinta-feira, 3 de junho de 2010

Infância.

Olhe, olhe...
Tente focar nos olhos
daquele que está alí;
Sentado, calado,
Talvez pensando para onde ir.
Preste muita atenção,
aquele homem chora.
Sente uma dor tremenda,
que lhe rasga o peito, então,
eis uma nova ferida,
arrasando o coração.
Contemple aquelas lágrimas,
secas e caladas,
daquele que perdera a fé.
A fé em todos os outros,
que antes desse momento,
diziam correr lado-a-lado
a distância cruel do tempo,
ou a ir do Brasil ao Japão,
até mesmo a pé.
Pudera ser seca tal lágrima,
que junto com todas as outras,
já encharcam aquele rosto?
Secas serão, pois,
nada são, além de últimas.
Pudera tal choro ser calado,
choro este que grita e questiona?
Calado será, pois,
cansado demais,
o homem demonstra estar.
Mas desde que mundo é mundo,
Já dizia o popular:
"Homem é como bolacha,
em qualquer canto se acha..."
Mas se me permite,
no fim irei brincar:
Veja este pai,
que perdera aqueles filhos
por um ato perigoso,
talvez você conheça,
tal ato como amar.
Mas não amor de sexo,
e sim, o amor de amar,
amar de forma egoísta,
aquele amor de preparar,
de causar preocupação, questionar
se o filho está bem,
mas se está bem de verdade
pronto para tudo na vida
e com cabeça erguida enfrentar.
"Mas tudo na vida acaba",
até mesmo o amor de amar,
Talvez seja isso mesmo que
o homem vive a pensar.
Talvez essa seja a fonte,
que faça o homem consolar.
Veja aquele homem,
que passou a noite a chorar,
ele foi um pai,
pai este que morreu
há muito tempo atrás,
pai este que morreu
que não existe mais.

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